Popularmente conhecida como a musa do cerrado, a escritora Cora Coralina é a grande homenageada no caminho que leva o nome da poetisa goiana. São 300 km de extensão em um turismo seguro, criado nos moldes do Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha.
A rota brasileira de ecoturismo é um convite ao autoconhecimento em um percurso que passa pelas cidades de Corumbá de Goiás, Pirenópolis, São Francisco de Goiás, Jaraguá, cidade de Goiás, Cocalzinho de Goiás, Itaguari e Itaberaí.
O percurso
Surgida em 2013 com implantação em 2017, a rota Cora Coralina interliga os municípios citados e seus respectivos povoados, passando por fazendas, antigos caminhos e cachoeiras. Trata-se de uma rota que pode ser percorrida a pé ou de bicicleta, com uma média de 25 km por dia ao longo de 13 dias para quem faz o caminho a pé.
O traçado tem como base o relato da jornada de Goiás realizada em 1778 por Luís da Cunha Menezes, que saiu de Salvador rumo ao Centro-Oeste. Com apoio da Agência Estadual de Turismo, o Caminho de Cora Coralina está totalmente sinalizado e bem estruturado, com bons meios de hospedagem em todos os municípios de paradas.
A experiência passa por pelo menos três Parques Estaduais e unidades de conservação, oferecendo momentos incríveis de puro contato com a natureza. Atualmente, a rota está consolidada e satisfaz imensamente os turistas que se desafiam nessa experiência de autoconhecimento e aprendizados fantásticos.
Quando ir
Ao longo do caminho, os viajantes encontram várias poesias escritas por Cora Coralina em placas espalhadas pela rota. A dica é ir entre maio e junho ou setembro e outubro.
Isso porque são períodos com poucas chuvas e temperaturas mais amenas, fatores fundamentais para evitar lama nas trilhas, podendo aproveitar melhor as experiências com cachoeiras e visuais esplêndidos.
Eventos tradicionais
Vale a pena escolher datas para fazer a rota Cora Coralina que coincide com um dos vários eventos que acontecem ao longo do percurso. Afinal, existe um calendário de festividades tradicionais na região, como a procissão do Fogaréu em março e o Festival de Cinema de Goiás, que frequentemente acontece em junho.
Aproveitar as Cavalhadas que ocorrem entre maio e junho também é uma dica imperdível, tanto quanto experimentar a riqueza gastronômica das cidades que fazem parte do Caminho.
Cachoeiras
O esforço físico destinado ao cumprimento dos mais de 20 km a cada dia da rota é recompensado pelas inúmeras cachoeiras existentes no caminho.
É um verdadeiro banho energizante que revigora e contribui para trazer mais motivação. Inclusive, muitas vezes o simples fato de observar as quedas d’água já contribui para mudar o ânimo e a disposição dos visitantes. Para ter uma ideia da imensidão natural, são 80 cachoeiras catalogadas.
Há ainda os picos e suas experiências incríveis, como o voo de paraglider na Serra de Jaraguá. Assim, o Caminho de Cora Coralina vai bem além do que o percurso por si só.
As vivências históricas e culturais alimentam a alma e contribuem para uma interação com as comunidades locais, fazendo do seu passeio um momento inesquecível e recheado de experiências espirituais. Há ainda ruínas, como Arraial de Ouro Fino e as lendas que enchem os olhos de quem ouve.
As visitas às igrejas históricas também fazem parte do roteiro, sempre após uma caminhada ou pedalada ao lado da natureza maravilhosa do cerrado brasileiro. E o melhor: as noites são brindadas com um céu estrelado, principalmente no outono ou inverno.
Portanto, fazer o Caminho de Cora Coralina é uma experiência revigorante que atrai turistas brasileiros e estrangeiros com momentos que contribuem para animar a alma e o olhar para si mesmo.