Tesouro Direto possui 1,46 milhões de investidores ativos no início de 2021
O Tesouro Direto ficou bastante conhecido nos últimos anos, muito por ser um investimento de baixo risco, ideal para quem quer sair da poupança. Porém, com a baixa na taxa Selic e a crise econômica causada pela pandemia de coronavírus, muitos investidores se perguntam se investir nos títulos do Tesouro Nacional ainda vale a pena.
De acordo com dados do governo federal, o Tesouro Direto vem crescendo e superou a marca de 1,46 milhões de investidores ativos em janeiro deste ano. O Tesouro Direto chama atenção pela variedade de títulos que conseguem abranger objetivos de curto, médio e longo prazo.
Por isso, quem pensa em reserva de emergência, por exemplo, pode ter no título uma boa opção. Quem pensa em previdência privada, pode adquirir um Tesouro IPCA que compete com a previdência brasilprev, por exemplo. O que não faltam são opções e aqui vamos explicar algumas formas de aproveitar o Tesouro Direto.
Como o Tesouro Direto funciona?
O Tesouro Direto é composto por títulos de renda fixa, o que permite ter uma noção da rentabilidade do investimento. Dessa maneira, ao comprar um título, é possível prever o valor que será resgatado no futuro.
Para investidores, ao comprar um título você está “emprestando dinheiro” para o governo. Dessa maneira, você compra um título e o governo lhe devolve o dinheiro no vencimento do título com acréscimo dos juros do período.
A rentabilidade do Tesouro Direto é determinada no período podem com base na taxa Selic, no IPCA (índice oficial da inflação do país) e em taxas prefixadas. Os juros pagos têm base nas taxas definidas na hora da compra, mesmo que haja uma variação positiva ou negativa do preço entre a compra e o vencimento do título.
Caso haja a venda antecipada do título, os juros pagos podem variar de acordo com a demanda e o cenário econômico do momento. Isso faz com que o retorno possa ser maior ou menos do que o valor preestabelecido na compra.
Os rendimentos do Tesouro Direto em 2020 foram satisfatórios?
Com a baixa nos juros, impulsionado pelos cortes consecutivos da taxa Selic e a inflação crescendo, será que o Tesouro Direto teve bons rendimentos em 2020? Em relatório apresentado em setembro de 2020, o Tesouro Nacional mostrou que o título que mais rendeu em 2020 foi o Tesouro Prefixado 2023 com 8,65%.
Porém, a maioria dos títulos mostraram uma desvalorização mesmo que pequena, a maior desvalorização no período foi o Tesouro IPCA+ 2045 que teve queda de 12,70% no ano. Especialistas apontam que a queda foi devido ao lançamento de novos títulos no mercado, fazendo com que os títulos mais antigos sofram com uma maior desvalorização.
E claro, a desvalorização da renda fixa com a taxa Selic em baixa também desvalorizou bastante os títulos do Tesouro Direto no mercado brasileiro e internacional.
Ainda vale a pena no Tesouro Direto em 2021?
Mesmo que o cenário possa não parecer tão animador, o Tesouro Direto pode ser uma boa opção de investimentos para quem pensa no longo prazo e quer diversificar a carteira de investimentos.
Uma boa maneira de garantir bons rendimentos é comprar títulos de momentos diferentes para compensar as perdas com as indefinições referentes à taxa Selic e inflação. Em títulos de longo prazo, principalmente, para aqueles que visam a aposentadoria podem compensar a perda de rendimentos em alguns períodos.
E mesmo sem tantas expectativas para uma ótima rentabilidade comparado com a renda variável, o Tesouro Direto é um investimento de baixo risco. Isso é uma forma de proteger parte do seu patrimônio em meio às oscilações do mercado de renda variável.
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Dicas básicas para investir no Tesouro Direto
Como falamos no texto, o Tesouro Direto é título para quem pensa no longo prazo. E quando falamos isso, queremos dizer que o título pode ter boa rentabilidade se for comprado e resgatado apenas no vencimento. Existem três tipos de títulos no Tesouro Direto e é preciso entender como usar cada um deles a seu favor.
O mais conhecido entre os investidores brasileiros é o Tesouro Selic. Esse título é ajustado pela taxa Selic, taxa básica dos juros da economia brasileira. O Tesouro Selic é composto por títulos de curto prazo. Essas aplicações tiveram pouca rentabilidade em 2020 por conta dos cortes na taxa Selic, mas rendem, em média, 8% ao ano.
O Tesouro IPCA são os títulos focados no longo prazo. O IPCA é o índice que mede a inflação do país. Esses títulos garantem a manutenção do poder de compra, já que sempre rendem acima da inflação vigente. Por isso, se você foca em objetivos de longo prazo como aposentadoria ou compra de uma casa nova, esse é um bom título para investir.
Também existem os títulos do Tesouro Prefixado com juros pré-definidos na hora da compra do título. Esses títulos são boas opções em um cenário que prevê uma possível baixa de juros no futuro. Essa taxa pré-definida garante que o seu investimento fique praticamente imune ao cenário econômico no período entre a compra e o vencimento do título.
No resumo, ainda vale a pena investir no Tesouro Direto em 2021 pensando em diversificação de carteira de investimentos. É importante entender o cenário econômico do país para realizar as movimentações certas, garantindo títulos que tenham uma rentabilidade viável com a segurança que o Tesouro Direto oferece.