Há décadas as celebridades aparecem deslumbrantes no red carpet e nas telonas graças à verdadeiras obras de arte da joalheria
A relação entre cinema e as joias é de longa data. Em 1961, foi lançado um longa no qual a protagonista admira uma vitrine com um colar de diamantes.
O longa? Bonequinha de Luxo, cujo título em inglês (Breakfast at Tiffany’s) faz referência à mundialmente conhecida joalheria. A protagonista? A atriz Audrey Hepburn, que se tornou ícone de estilo e foi uma das quatro mulheres no mundo a vestir o famoso diamante Tiffany.
No universo cinematográfico, a joia é usada como fator de identificação, que ressalta personalidades e características dos atores e personagens. Os acessórios também embelezam e refinam o visual.
Os figurinistas e stylists de Hollywood já sabem: nenhum look está completo sem uma bela joia. Nas telonas, nas estreias e nas premiações, os atores e atrizes estão sempre bem acompanhados de luxuosos acessórios, que instantaneamente geram comentários.
Relembre as joias que marcaram o mundo do cinema:
O diamante Tiffany
Descoberto na África do Sul em 1877, a pedra é um raro diamante amarelo. Ele foi lapidado pelo gemologista-chefe da Tiffany para atingir características que conserva até hoje: formato cushion, 128,54 quilates, inéditas 82 facetas, 2,5 centímetros de largura e 2 centímetros de comprimento.
Apenas mulheres lendárias já tiveram a chance de usá-lo. A primeira foi a socialite E. Sheldon Whitehouse, em 1957, seguida de Audrey Hepburn nas imagens de divulgação do filme que a consagrou. Após um hiato, ele reapareceu no Oscar de 2019, no pescoço de Lady Gaga.
Em 2021, a pedra ganhou um novo capítulo em sua história. Beyoncé se tornou a quarta mulher e a primeira negra a usar o diamante Tiffany em mais de um século.
O coração do oceano
O premiadíssimo Titanic, filme de 1997, não seria o mesmo se não fosse pela cena em que Rose, interpretada pela atriz Kate Winslet aparece vestindo apenas um imponente diamante azul, batizado de “coração do oceano”.
Na história, o diamante de 56 quilates pertenceu originalmente ao rei francês Luís XVI e tomou sua forma de coração após a Revolução Francesa. Portanto, é uma peça rara e única.
Porém, tudo não passa de ficção criada para a trama. Na realidade, até existe uma pedra preciosa azul, chamada de diamante Hope, que é tão imponente quanto a do filme. Sua cor é uma ilusão de ótica, causada pela presença de boro na estrutura.
Meu precioso
A trilogia O Senhor do Anéis tem, como protagonista,o Anel de Sauron, o mais poderoso anel do poder do universo Tolkien, uma peça maligna capaz de controlar os demais vinte anéis do poder.
Na ficção, o anel parecia ser feito de ouro, mas não era atingido pelos danos do fogo. Ele só poderia ser destruído nas chamas da Montanha da Perdição, onde foi forjado.
O anel usado no filme era tão detalhista quanto à versão da literatura. Seu visual foi inspirado na aliança de casamento do produtor do filme. Ele foi criado pelo dinamarquês Jens Hansen, Jens Hansen Jewelry e está em exposição na joalheria na Nova Zelândia até hoje.
Tiara de diamantes
Em 1957, a atriz indicada seis vezes ao Oscar (e premiada duas vezes), Elizabeth Taylor chamou a atenção ao usar uma tiara no Oscar, quando seu marido na época, Mike Todd, levou a estatueta de melhor filme por A Volta ao Mundo em 80 Dias.
A tiara foi um presente do marido e tem uma história romântica por trás. Mike Todd escolheu a peça pois considerava a atriz sua rainha e ela era tão apaixonada pela joia que a usou publicamente mais de uma vez.
A peça foi elaborada como diamantes incrustados sobre platina e ouro, por volta do ano de 1880. Após a morte de Taylor, a joia foi arrematada em leilão por 4,2 milhões de dólares.
Pedras do cangaço
Matador, primeiro filme da Netflix feito no Brasil, tem nas joias um papel de peso. No longa, o matador Cabeleira, interpretado por Diogo Morgado, assume seu ofício depois de se encantar pelas belas turmalinas paraíba – uma pedra 100% nacional – e pelo poder que elas traziam no sertão nordestino.
O restante do figurino também conta com acessórios de destaque. É o caso da bengala usada pelo vilão, garimpada em uma feira de antiguidades, que recebeu uma caveira esculpida em lápis-lazúli e foi cravejada com as turmalinas.
O trabalho com as gemas paraíba foi obra de uma joalheira brasileira. Ao todo, cerca de 45 peças da designer Isabella Blanco aparecem no filme. 15 delas foram confeccionadas exclusivamente para o longa.