A geração atual de crianças anda de mãos dadas com a tecnologia. Desde muito cedo, elas têm contato com as telas de smartphones, tablets, computadores, videogames e televisão. A acessibilidade para essas tecnologias tornou-se muito maior nas últimas décadas, o que contrasta com a infância das gerações mais velhas.
Essa conexão forte entre elas e os aparelhos eletrônicos preocupa vários pais, que procuram encontrar formas de estabelecer um limite desse convívio com a tecnologia. O objetivo é que a criança não fique a maior parte do dia em frente às telas, aproveitando o tempo livre para interagir com outras crianças, andar de patins, praticar atividades ao ar livre ou se divertir com o resto da família.
Mas, afinal, como esses limites podem ser estabelecidos de uma forma que a criança consiga entendê-los? Conheça algumas estratégias do que pode ser feito no texto a seguir.
Quais os riscos do contato da criança com a tecnologia e a internet?
Para entender a importância de estabelecer limites, é preciso conhecer os principais riscos que esse consumo em excesso e sem regulação pode causar. Por exemplo, alguns cientistas sugerem que o uso exagerado da Internet durante a infância é capaz de atrofiar a massa do cérebro. Com isso, algumas capacidades das crianças, como memória e concentração, são afetadas, prejudicando o seu desenvolvimento e dificultando que ela consiga tomar decisões e traçar objetivos.
Outro problema é que ela fica exposta a todo tipo de conteúdo, o que é um risco muito grande quando ela navega pela internet sem o devido acompanhamento de um adulto. Conteúdos nocivos, violentos ou de cunho sexual podem atingi-la com o apertar de alguns cliques. Há também o risco terrível de algum desconhecido tentar se aproximar da criança com más intenções, algo que precisa ser evitado a todo custo.
Outra questão é que a socialização das crianças também pode ser afetada se elas ficarem presas às telas o dia todo. É durante a infância que a criança tem sua fase de descoberta e aprendizagem, e isso inclui o convívio com outras pessoas e crianças fora do âmbito familiar. Ficar conectado por um longo período de tempo pode afetar a capacidade de socializar e fazer amizades, habilidades que são importantes para a vida toda.
Como estabelecer limites?
O grande desafio para os pais é saber como estabelecer regras e limites para que a relação da criança com a tecnologia seja saudável. A proibição total do uso desses aparelhos e da navegação na internet não é recomendada, uma vez que essas tecnologias fazem parte da rotina das crianças. O ideal é instruí-las sobre como fazer um uso mais saudável e seguro dessas tecnologias, de forma moderada e bem regulada.
Assim, conversar com os pequenos frequentemente sobre esses assuntos é uma boa estratégia. Essa conversa deve servir como uma forma de tirar dúvidas, além de ensiná-los a desenvolver um pensamento crítico sobre o consumo e a forma de utilizar esses aparelhos. Lições envolvendo os perigos de vírus cibernéticos, notícias falsas e a desconfiança de pessoas estranhas e anônimas são bastante valiosas.
A proibição total da tecnologia deve ser evitada, mas é válido conversar com as crianças e entrar em um acordo sobre o tempo de uso. Essa conversa deve destacar que, ao ficar em frente às telas, elas podem estar se prejudicando em outras áreas, como criar um estilo de vida sedentário ou não desenvolver totalmente suas habilidades sociais. Uma ideia é estabelecer um limite de horário durante a semana, permitindo que elas tenham mais tempo de uso aos fins de semana.
Outra estratégia que os pais podem adotar é aprender e utilizar ferramentas de controle parental. Assim, os pais podem controlar alguns aspectos da vida digital dos filhos, como os tipos de conteúdo que eles acessam, o limite de tempo de uso e o acompanhamento das suas atividades online.
Uma ótima alternativa é promover atividades em família no tempo livre de todos — com atividades que não envolvam a tecnologia. Passear no parque com o bicho de estimação, ir a museus, brincar de jogos de tabuleiro com todos reunidos são algumas das opções do que fazer.