Esses locais, onde as pessoas passam algum tempo, como finais de semana ou férias, tiveram um grande crescimento nos últimos anos
Segundo o IBGE, domicílios de uso ocasional são aqueles “usados para descanso de fins de semana, férias ou outro fim, mesmo que, na data de referência, seus ocupantes ocasionais estivessem presentes”.
Um bom exemplo envolve uma casa no RJ, na região de praia. Algumas pessoas podem optar por passar ali apenas as férias ou finais de semana, por isso, o domicílio deixa de ser fixo e se torna ocasional.
Último censo mostra crescimento de domicílios ocasionais
O censo feito em 2022 mostrou um aumento no índice de domicílios ocasionais em algumas regiões brasileiras. Em Jaguaruna, Santa Catarina, por exemplo, 63,7% dos imóveis são de uso eventual.
O município ocupa a quinta posição no ranking, sendo que as quatro primeiras posições são de cidades do Rio Grande do Sul: Arroio do Sal, Xangri-la, Cidreira e Palmares do Sul.
No entanto, o RS ainda tem mais duas cidades, também do litoral norte, no top 10: Balneário Pinhal e Imbé. Segundo os dados do censo, Arroio do Sal tem quase 73% das casas com uso ocasional.
As três últimas posições do Top 10 ficam como Tibau, no Rio Grande do Norte, Pontal do Paraná e Matinhos, no Paraná. Os índices ficam acima de 60%, ou seja, mais da metade desses imóveis são domicílios de uso ocasional.
Crescimento ocorreu principalmente no Sul e no Nordeste
O censo de 2022 mostrou que no Brasil houve um crescimento de 5,8% no número de domicílios ocasionais em comparação com o censo anterior, realizado em 2010. Foram registradas 6,7 milhões de casas neste formato, compondo 7,4% do total de domicílios particulares permanentes.
Sul e Nordeste foram as duas regiões com o maior aumento, ambas com 7,9% de crescimento. No Sul, do total de domicílios permanentes, Santa Catarina lidera, tendo 10,3% deles como de uso ocasional. Em seguida vem o Rio Grande do Sul, com 8,6%.
No entanto, se a análise é feita em quantidade e não em porcentagem, o Rio Grande do Sul sai na frente, com 458 mil domicílios de uso ocasional contra 358 mil em Santa Catarina.
O litoral e o turismo
A pesquisa realizada pelo IBGE mostra que a maioria dos domicílios de uso ocasional está localizada no litoral e em regiões onde predomina o turismo. São casas usadas em determinadas épocas do ano, principalmente quando o clima está mais quente ou na chamada alta temporada.
No Rio Grande do Sul essas casas na praia são segundas residências nas quais as famílias aproveitam o verão. Depois, quando começam as estações mais amenas ou frias, elas retornam para sua cidade, onde está o domicílio permanente.
Crescimento populacional também foi identificado
Por mais que tenha aumentado o número de domicílios de uso ocasional, outro fator também foi observado nas dez cidades do ranking: o crescimento populacional. Arroio do Sal, o primeiro lugar, foi de 7,7 mil habitantes para 11 mil habitantes. Já Xangri-la, o segundo lugar, passou de 12,4 mil para 16,4 mil.
As cidades paranaenses, ocupando o final do top 10, também tiveram um aumento populacional. Pontal do Paraná foi de 20,9 mil habitantes para 30,4 mil e Matinhos de 29,4 mil para 39,2 mil.
Esse crescimento, de acordo com o próprio IBGE, está relacionado com a melhora de políticas públicas e investimentos nas regiões litorâneas. Está se tornando mais interessante viver perto do mar.
Sem contar que, durante a pandemia, muitas pessoas aproveitaram para fugir da cidade grande e decidiram manter as duas residências. Logo, existe a possibilidade de ter um refúgio para os finais de semana e férias, ao mesmo tempo que, agora que a vida voltou ao normal, seguir com a vida na residência principal.