Os amantes de café sabem que a denominação de origem é importante para quem busca produtos diferenciados. Confira como funciona esse processo!
A produção de café é um segmento econômico complexo, que envolve conhecimentos de diferentes áreas como engenharia ambiental, geografia, economia, agronomia, biologia, entre outras. Muitos fatores são considerados na hora de avaliar a qualidade de um café. Além do aroma, textura, acidez, doçura, amargor e corpo, essa avaliação considera os diferenciais de um café e o que ele traz de exclusivo.
Essa busca por diferenciais é uma das razões que explicam a importância para a denominação de origem neste mercado. Se você sempre está em busca de um café super especial, veja por que é importante conhecer bem essa denominação.
O que é?
A denominação de origem é definida como um território demarcado por produzir algo único, com características exclusivas, que não podem ser encontradas em nenhum outro lugar. Esse conceito é fundamental na indústria cafeeira, pois agrega valor ao café produzido em cada região. No Brasil, o reconhecimento da Denominação de Origem é tarefa do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).
A denominação de origem funciona como um mecanismo de reconhecimento da notoriedade e importância de um determinado povo e região ao produzir bens e serviços específicos. Assim, esse mecanismo funciona como um meio de proteger a propriedade intelectual brasileira.
Alguns exemplos de produtos ou serviços que tiveram sua região de origem reconhecida são o queijo da Canastra (MG), os serviços tecnológicos do Porto Digital em Recife (PE), o mel de abelha de Ortigueiras (PR), os vinhos do Vale dos Vinhedos (RS) e o cacau do sul da Bahia.
Culinária mineira
Minas Gerais é reconhecida no mercado gastronômico brasileiro e internacional por oferecer muitas comidas típicas deliciosas: feijão tropeiro, vaca atolada, tutu de feijão, o famoso pão de queijo, cachaça, goiabada com queijo branco, entre outros.
Outro produto gastronômico mineiro que apresenta um grande destaque é o café. Além da alta qualidade, o café mineiro possui uma identidade própria e única que é produto de uma combinação de fatores como relevo, clima e os saberes tradicionais do povo que o produz.
Região do Cerrado Mineiro
A Região do Cerrado Mineiro abrange 55 municípios que produzem um café diferenciado nas regiões do Alto Paranaíba, Triângulo Mineiro, parte do noroeste de Minas e parte do Alto São Francisco. Essa área é precursora das Indicações Geográficas brasileiras, tendo sido a primeira região cafeeira nacional reconhecida como Indicação de Procedência (em 2005) e Denominação de Origem (em 2013).
O principal atrativo desse café é o fato de ele ser produzido em uma região de altitude. Quando plantado em um local com até 1000 metros de altitude, o café tende a apresentar uma doçura mais leve. Se a altitude tiver mais de 1.200 metros, abre-se a possibilidade de obter notas ainda mais diferenciadas (como nozes, baunilha e chocolate).
Processo produtivo
O café da denominação de origem da Região do Cerrado mineiro é produzido sob determinadas condições. A primeira delas é que as fazendas produtoras estejam dentro da área delimitada como Cerrado Mineiro e tenham altitude mínima de 800 metros. A espécie oficial dessa região é a coffea arabica. Além disso, os produtores devem ser integrantes de uma das nove cooperativas e/ou seis associações filiadas à Federação dos Cafeicultores do Cerrado.
Os lotes também devem apresentar qualidade mínima de 80 pontos, dados a partir da metodologia desenvolvida pela Associação Americana de Cafés Especiais (SCAA), e ser depositados em armazéns credenciados ou em cooperativas filiadas. Na hora de colocar um selo na embalagem, é permitido usar apenas aqueles produzidos pela Sacaria Oficial da Região do Cerrado mineiro.
A próxima vez que você viajar para Minas Gerais ou buscar cafés diferenciados no mercado, não se esqueça de procurar aqueles oriundos desta denominação de origem. A experiência será inesquecível!