O aumento dos preços na economia muda os hábitos de consumo das famílias e influencia a tomada de decisão dos investidores; saiba como se proteger dela
Se existe um fenômeno na economia capaz de impactar diretamente a qualidade de vida das pessoas, sem dúvida é a inflação. De tempos em tempos, esse mal ainda pouco compreendido por muitos brasileiros deteriora a renda das famílias, reduz os investimentos das empresas e impede o país de crescer e se desenvolver.
Para evitar que o seu patrimônio perca valor e seu dinheiro seja corroído pela inflação, existem diversas estratégias de proteção que vão desde a alocação de recursos em ativos reais, como imóveis, até o investimento em inovações tecnológicas, como comprar bitcoin.
Neste artigo, você vai saber o que é inflação, quais são seus principais tipos e como você pode utilizá-la a seu favor para obter taxas de retorno maiores em seus investimentos com as diversas opções disponíveis no mercado.
O que é inflação e como ela afeta sua vida?
Tecnicamente, a inflação é a taxa com que o poder aquisitivo de determinada moeda cai ao longo do tempo.
Isso significa que o aumento médio dos preços de bens e serviços em uma economia faz com que sua moeda oficial perca valor, afetando o nível de renda da população, a expectativa de resultados das empresas e, consequentemente, o volume de investimentos em novos negócios.
A deflação, por outro lado, é quando o poder de compra do dinheiro aumenta, em razão da queda do valor de bens e serviços.
Entre os índices de inflação mais utilizados para medir o comportamento dos preços estão:
- IPCA, ou Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), geralmente considerado como o indicador oficial de inflação, muito utilizado como índice de referência para correção de contratos, financiamentos e investimentos.
- IGP-M, ou Índice Geral de Preços-Mercado, medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), cujo objetivo é determinar a variação de preços em toda a cadeia de produção, e não somente para o consumidor final, como acontece com o IPCA. O IGP-M é o índice de referência mais utilizado na correção dos contratos de aluguel de imóveis.
- INCC, ou Índice Nacional de Custos de Construção, também calculado pela FGV, que mostra a variação de preços de materiais e serviços na construção civil. É o indicador de referência mais usado na correção de financiamentos de imóveis adquiridos na planta.
Quais são os principais tipos de inflação?
Existem basicamente três tipos principais de inflação: a inflação de demanda, a inflação de custos e a inflação inercial.
A Inflação de demanda decorre de estímulos gerados pelo governo para incentivar o consumo das famílias. Isso pode ser feito através da redução dos juros básicos da economia (Selic), da maior oferta de crédito e de medidas que elevam o volume de dinheiro em circulação. Quando a oferta de produtos e serviços não consegue acompanhar a demanda, os preços sobem.
Já a inflação de custos é gerada pela elevação das despesas no processo de produção, principalmente pelo encarecimento de matérias-primas no mercado. Os produtores procuram ao máximo não repassar esses custos aos consumidores, para não afetar a demanda, mas isso reduz sua margem de lucro e capacidade de investimento. Quando os repasses são inevitáveis, ocorre a inflação.
Por fim, a inflação inercial tem a ver com as expectativas das pessoas e empresas em relação ao aumento da inflação no futuro. Isso faz com que elas procurem se proteger com aumentos de preços e exigência de maiores salários.
Como se proteger da inflação?
Existem diversas formas de você proteger seu patrimônio contra os efeitos nocivos da inflação.
Na renda variável, os investidores costumam priorizar ações de empresas menos voláteis, que atuem em setores de demanda constante, como serviços de utilidade pública, e que paguem bons dividendos. Na renda fixa, as opções mais utilizadas são os títulos que pagam um percentual acima do IPCA, como o Tesouro IPCA+. Outra forma de evitar que a inflação deteriore seu poder de compra é aumentar a participação de ativos reais na sua carteira, como imóveis, que geram renda consistente e se valorizam com o tempo.
Além disso, não podemos nos esquecer de novas opções que estão entrando no radar dos investidores, como as criptomoedas. Elas têm oferta limitada, não estão suscetíveis a intervenções governamentais e são um meio de troca muito mais barato, ágil e eficiente, principalmente para movimentações internacionais.
Ainda, investir em criptomoedas também é uma excelente forma de ter exposição ao câmbio externo, já que elas são negociadas em moedas fortes, como dólar e euro.