Entenda as principais características e diferenças entre estes tipos de investimentos.
Desde outubro de 2020, os BDRs (Brazilian Depositary Receipts), recibos de ações de empresas estrangeiras negociadas na bolsa de valores brasileira, se tornaram acessíveis para todos os investidores no país. Isto abriu mais uma opção de investimentos para aqueles que buscam explorar o mercado exterior.
Antes da regulamentação do CVM (Comissão de Valores Mobiliários), os BDRs só estavam disponíveis para os chamados investidores qualificados, que são aqueles que possuem mais de R$ 1 milhão investidos no mercado financeiro.
Muitas pessoas confundem BDRs, sigla que em português significa “recibos depositários brasileiros” com ações, mas os tipos de investimentos possuem algumas peculiaridades que mostraremos ao longo do texto.
O que são BDRs?
Os BDRs são uma espécie de “espelho de ações” do exterior. Eles são emitidos por certificados de depósitos mobiliários que se referem a ativos de empresas estrangeiras.
Para que você entenda melhor, o BDR é, de certa forma, parecido com um fundo de investimento. Ao comprar um BDR, o investidor não está comprando ações de uma empresa, portanto não se torna sócio, mas consegue rentabilizar o investimento porque o certificado acompanha a variação de ações em bolsas internacionais.
Essa é uma forma mais simples de adquirir valores de ativos estrangeiros sem sair do mercado de investimentos brasileiro. Após sua regulamentação, os BDRs se tornaram uma alternativa viável para investidores brasileiros adquirirem valores de ações de grandes empresas estrangeiras como Amazon, Apple e Google.
O que são ações?
Ações são percentuais de participação em empresas. Elas estão disponíveis na Bolsa, sendo comercializadas por empresas de capital aberto. Funciona assim: uma empresa faz uma oferta pública e coloca ações à venda, que podem ser compradas por investidores na B3 (bolsa de valores brasileira).
Ao comprar uma ação de uma empresa nacional ou estrangeira na B3, o investidor passa a ser sócio do negócio. Como acionista da empresa, o investidor também possui direitos a receber dividendos (parte dos lucros) e consegue rentabilizar o investimento com a valorização das ações da empresa na B3.
Quais as diferenças entre BDRs e ações?
Como já falamos aqui, BDRs são títulos que acompanham ações do mercado estrangeiro. Isso é bem diferente de comprar ações no mercado exterior, na qual o investidor terá direitos (como sócios) a receber dividendos e, dependendo da porcentagem, até opinar em decisões da empresa.
Os BDRs então se tornam uma alternativa de investimento para quem deseja entrar no mercado exterior. Para investidores que desejam adquirir ações de empresas estrangeiras, mas não possuem capital para isso, os BDRs são uma maneira de lucrar com a valorização das companhias.
Outro ponto importante a citar é em relação à liquidez destes investimentos. Neste ponto, os BDRs possuem menor liquidez, já que são mais difíceis de serem vendidos na bolsa de valores. Por estarmos falando de cotas de uma ação de empresas estrangeiras, os investidores podem ter dificuldades para vendê-las no mercado.
Outra diferença entre ações e BDRs é que no caso da compra de um BDR, o investidor está comprando com um intermediário e não direto da própria empresa, como acontece com ações. Além disso, como o BDR é uma cota fracionada de ações de uma empresa estrangeira, o rendimento tende a ser menor em comparação à compra de ações de companhias internacionais.
Qual a melhor opção?
Tudo depende do objetivo do investidor. Se o investidor quer ter direito a receber dividendos, por exemplo, sendo acionista de uma empresa, o ideal é que ele compre ações disponíveis na B3 ou tente fazê-lo em bolsas internacionais.
Agora, se o objetivo é apenas diversificar os investimentos e começar a trabalhar no mercado exterior, os BDRs podem ser uma boa alternativa para facilitar o acesso a ativos de grandes empresas.