As redes sociais hoje possuem um papel que vai muito além da simples interação entre usuários na internet. Servindo como canal de marketing digital para PMEs, poderosas plataformas de conteúdo para influenciadores e, claro, comunicação direta entre grandes marcas e consumidores, elas evocam discussões cada vez mais profundas.
E mesmo tendo uma grande variedade de opções (embora muitas delas pertençam a um mesmo grupo de empresas), as redes ganharam uma nova integrante em 2023: o Threads. Criado pela Meta (Facebook e Instagram), a plataforma tem como principal característica o compartilhamento de blocos de texto, como no X (antes Twitter).
Com muitas polêmicas acompanhando o lançamento, não demorou muito para o Threads atingir o recorde de usuários numa plataforma recém-criada. Mas o que exatamente é essa rede, como ela funciona e quais os usos potenciais para quem trabalha com marketing digital? Você confere tudo isso a seguir.
Threads: o que é e como funciona a nova aposta da Meta
Pouco foi divulgado, mas o Threads teve origem ainda em 2019, como uma alternativa à rede concorrente Snapchat. Na época, a Meta (até então Facebook) não enxergou potencial na plataforma, descontinuando o projeto em meados de 2021. Porém, a chegada do Tik Tok e o enorme sucesso da rede entre os usuários fez com que a Meta pensasse em uma nova estratégia.
Não é segredo para ninguém que a empresa investiu pesado em adicionar recursos ‘inspirados’ em outras redes dentro dos seus produtos, principalmente o Instagram. No início, a rede era exclusiva para compartilhamento de fotos instantâneas, e hoje possui funcionalidades como stories, reels, notas, grupos de transmissão, entre outros, que exploram a comunicação dos/entre os usuários em diferentes formatos.
Concorrência direta ao X (antigo Twitter)
A aquisição do até então Twitter pelo empresário Elon Musk em 2022 movimentou o mercado das big techs. Afinal, muitas das escolhas de negócio feitas pelo novo CEO da companhia deram margem para uma baixa profunda na popularidade do serviço, abrindo espaço para que o Threads fosse lançado como alternativa e com alta aceitação.
De forma muito simples, o Threads funciona igual à rede vizinha: usuários podem compartilhar conteúdos em formato de texto, imagens, vídeos e gifs, em que a interação em tempo real é o principal atrativo. Após 24 horas do lançamento, o Threads atingiu a marca de 30 milhões de usuários, o que se explica pela vinculação do perfil do Instagram já existente com um novo perfil na rede.
O futuro das redes sociais
Em um contexto onde as redes sociais dominam grande parcela da comunicação cotidiana e em boa parte a publicidade, vale a pergunta “é realmente necessária a existência de mais uma plataforma?”. Por um lado, usuários, de acordo com o seus perfis de utilização, podem definir o tipo de serviço que mais lhes interessa. Por outro, companhias são favorecidas com a segmentação cada vez maior dos dados desses perfis.
Canais de transmissão
Em outras épocas já existiram as comunidades do Orkut, o bate-papo instantâneo MSN e o Twitter (agora X, e com muitas mudanças na sua forma original). O que eles têm em comum? A possibilidade de grupos de pessoas trocarem mensagens de forma direta, segundo seus próprios interesses e tudo no mesmo lugar.
Assinatura de conteúdo
O modelo de negócio das redes sociais é composto em maior parte pela compra de bases de dados para uso comercial. Em meio às discussões sobre a privacidade dos usuários na internet, o aumento do uso de inteligências artificiais e as instabilidades no setor de tecnologia, empresas como a Meta precisam repensar o modo de atuação.
Atualmente, usuários podem assinar conteúdos dentro do Instagram, em que perfis oferecem conteúdos exclusivos para os assinantes, troca de mensagens diretas e interações, como em lives. O formato não é novo, se pensarmos em como a mídia tradicional, especialmente o jornalismo, sobreviveu nos últimos anos.
Segmentação por funcionalidade
Em redes como o Facebook, a inserção de recursos como botões de reação limita a produção de conteúdo dos usuários em prol de otimizar o processamento e armazenamento dos dados gerados por meio deles. Ao criar uma rede própria onde o foco é a comunicação escrita, a Meta cria uma forma de segmentar interesses dos usuários de maneira mais detalhada.
Dificilmente a opção de fazer compras pelo aplicativo, como existe hoje no Instagram, irá para o Threads, mas a Meta e demais empresas têm em mãos uma fonte valiosa de alimentação para seus algoritmos. Para profissionais do marketing digital, a rede ainda é um campo a ser explorado, onde o que continua valendo é estar presente, e de forma relevante, nos mesmos canais que seu perfil de público desejado.